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Greice Cohn
Artista visual
Sempre achei minhas mãos mais velhas do que eu
enrugadas, sardentas, cheias de veias
em criança, sua aparência me incomodava
[se reconhecer requer tempo]
alertas, inquietas, ágeis
agem movidas a uma sabedoria que me atravessa
de antes
o meu passar por aqui se dá em voltas
sou, como Clarice, ‘um ser concomitante’
reúno em mim passado, presente e futuro
dos rododentros de memórias, sonhos e escuridão
venho à luz
sim, ‘mãos habitam a palavra manifestar’, mestre Godard
sigo ensinando pra aprender mais
com olhos e mãos ouço o mundo
e desenho meus passos
nesse compasso [que a Bahia já me deu]
me desdobro em matéria, cor e forma
entretelas, minh’alma se arvora
devir de mão dupla
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